Pescaria recreativa: entenda as leis e licenças no Brasil

Por Parceria Jurídica

12 de novembro de 2024

A pescaria recreativa é uma atividade que reúne milhares de adeptos no Brasil, seja como hobby, lazer em família ou até como parte de atividades esportivas. No entanto, como toda atividade que interage com o meio ambiente, a pescaria recreativa é regulada por leis e requer licenças específicas para garantir a preservação das espécies e o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos. A pesca ilegal pode resultar em multas e outras penalidades, e entender as exigências legais é fundamental para quem quer praticar a atividade de forma consciente e sustentável.

As normas variam de acordo com a localidade e o tipo de pescaria que será realizada, com regulamentações que definem os períodos, os tipos de equipamentos permitidos e até as espécies protegidas. O licenciamento, por exemplo, é exigido para garantir que o pescador recreativo esteja ciente das práticas sustentáveis, e muitas vezes, esse processo pode ser feito de forma simples, online.

Neste artigo, vamos explorar as principais leis que regem a pescaria recreativa no Brasil e mostrar como adquirir as licenças necessárias para evitar problemas legais. Conhecer essas regras é essencial para uma prática de pesca responsável e respeitosa ao meio ambiente.

 

Licença de pesca amadora e recreativa

A licença de pesca amadora é o principal documento para quem deseja pescar de forma recreativa no Brasil. Esta licença é obrigatória para todas as pessoas que praticam pesca em águas interiores (rios, lagos, represas) e em águas marítimas, exceto em situações específicas, como pesca de subsistência para populações ribeirinhas. A obtenção do documento pode ser feita online no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e tem validade de um ano, podendo ser renovada.

Existem diferentes tipos de licença de acordo com a modalidade de pesca: a licença embarcada, para quem pesca em um barco para pescar no mar, e a licença desembarcada, para quem pesca na margem de rios e lagos. Cada uma dessas licenças tem um valor específico e contempla diferentes permissões quanto ao tipo de equipamento utilizado.

Essa licença é um documento básico e obrigatório, e a sua ausência pode resultar em multas e até na apreensão dos equipamentos, além de contribuir para a prática ilegal de pesca.

 

Períodos de defeso e espécies protegidas

O período de defeso é uma regra essencial que todo pescador recreativo deve conhecer. Ele corresponde ao intervalo de tempo em que a pesca é proibida para permitir o período de reprodução de determinadas espécies. Durante esse tempo, é ilegal capturar algumas espécies, e o desrespeito a essa norma pode levar a multas pesadas e à apreensão do pescado. Cada região e espécie possui períodos de defeso específicos, e é dever do pescador estar informado sobre essas restrições.

Para quem se dedica à pescaria em alto mar, é importante também verificar as regras internacionais, já que muitos peixes migratórios possuem proteção em vários países. As espécies com maior demanda na pesca esportiva, como o robalo e o tucunaré, também possuem períodos de defeso, e respeitar essas janelas é fundamental para preservar a vida marinha.

Entender o defeso e as espécies protegidas não apenas evita problemas com a fiscalização, mas também contribui para uma prática de pesca sustentável, permitindo que o ecossistema se renove naturalmente.

 

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Normas para embarcações na pesca recreativa

As embarcações utilizadas na pesca recreativa também estão sujeitas a regulamentações. Dependendo do tipo de pesca, seja ela costeira ou em mar aberto, o barco precisa atender a certas exigências, como o registro na Capitania dos Portos e o cumprimento de normas de segurança. Além disso, é importante verificar as permissões de pesca embarcada, pois certas áreas protegidas restringem o uso de embarcações para evitar danos ao ambiente.

Muitos pescadores recreativos optam por alugar embarcação já licenciada, o que facilita o processo, pois essas embarcações geralmente já estão dentro das normas exigidas pela fiscalização. Quem possui barco próprio precisa se assegurar de que a documentação está em dia, incluindo os equipamentos de segurança obrigatórios, como coletes salva-vidas e sinalizadores.

Cumprir essas normas é essencial para evitar penalidades e garantir uma pescaria segura, tanto para o pescador quanto para o meio ambiente, uma vez que a regulamentação das embarcações visa minimizar o impacto ambiental.

 

Tipos de pescaria permitidos e restrições de equipamento

As leis brasileiras determinam quais tipos de pescaria são permitidos em determinadas áreas e estabelecem restrições quanto ao uso de certos equipamentos. Por exemplo, a pesca com redes e tarrafas é permitida apenas em casos específicos e para pescadores profissionais, sendo proibida para a pesca recreativa, que deve ser realizada com vara, molinete ou carretilha. Essas restrições evitam que o pescador recreativo tenha um impacto negativo no ecossistema.

Quem deseja agendar uma pescaria avulsa em regiões com maior fiscalização deve ter atenção redobrada quanto ao tipo de equipamento permitido. Algumas áreas, como parques nacionais e reservas ecológicas, permitem apenas a pesca esportiva com soltura obrigatória, e o uso de equipamentos pesados ou predatórios é terminantemente proibido.

Conhecer essas restrições é fundamental para evitar problemas com a fiscalização e para garantir que a prática da pesca recreativa seja sustentável, assegurando o respeito ao meio ambiente e a preservação das espécies.

 

Locais de pesca e áreas de proteção ambiental

No Brasil, muitas regiões de pesca recreativa são localizadas em áreas de proteção ambiental, como o Pantanal e a Amazônia. Nesses locais, a atividade de pesca é regulamentada para garantir a conservação dos ecossistemas e é restrita a certos pontos designados para a prática. Em áreas de proteção, é comum que apenas a pesca esportiva seja permitida, com a obrigatoriedade de liberar o peixe após a captura.

Os melhores lugares para pescar no Brasil incluem áreas com rica biodiversidade e beleza natural, mas é preciso seguir as regras locais para evitar o impacto ambiental. Essas áreas exigem licenças específicas e têm uma fiscalização rigorosa para garantir que a pesca não comprometa o equilíbrio do ecossistema.

Pescar em áreas de proteção exige que o pescador esteja bem informado sobre as leis locais, pois o respeito a essas normas é essencial para que a prática seja harmoniosa e não comprometa a conservação da natureza.

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