ICMS na Importação: Tudo que sua Empresa Precisa Saber

Por Parceria Jurídica

30 de abril de 2025

Se a sua empresa realiza operações de comércio exterior, especialmente importações, é essencial entender a fundo os tributos envolvidos nesse processo. E entre eles, o ICMS é um dos mais complexos — e caros. O icms importação gera muitas dúvidas entre empresários e equipes fiscais, principalmente quando envolve regimes especiais ou operações por terceiros.

Ao contrário do que muitos pensam, o ICMS não incide apenas em operações internas entre estados. Quando se importa um produto do exterior, esse imposto também entra na conta — e pode pesar bastante no custo final da mercadoria. Saber como ele é calculado, quando é devido e como se proteger de cobranças indevidas pode significar a diferença entre uma importação lucrativa e um prejuízo inesperado.

Além disso, cada estado brasileiro pode ter regras próprias sobre o recolhimento e a exigência do ICMS na entrada da mercadoria no país. Isso aumenta a complexidade da operação e exige planejamento tributário bem estruturado, especialmente para empresas que buscam manter competitividade mesmo com o dólar em alta.

Neste artigo, vamos detalhar os principais pontos sobre o icms em importação e mostrar como sua empresa pode se preparar para lidar com esse tributo sem sustos — e, se possível, com estratégias que reduzam sua carga tributária de forma legal e segura.

 

O que é o ICMS na importação e quando ele se aplica?

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo estadual que incide sobre operações de circulação de mercadorias, inclusive as provenientes do exterior. Isso significa que toda vez que sua empresa importa um produto, esse imposto será aplicado — mesmo que a circulação ocorra do porto até o seu armazém.

Na prática, o imposto é exigido no momento do desembaraço aduaneiro, ou seja, quando a mercadoria é liberada pela Receita Federal para entrar no país. E atenção: o fato de ser um imposto estadual não impede que ele seja cobrado ainda no processo federal. Isso porque há convênios entre União e estados para integrar esse recolhimento.

O valor a pagar é calculado com base no valor aduaneiro da mercadoria, somado aos tributos federais incidentes, como II, IPI, PIS e COFINS. Ou seja: o ICMS é cobrado “por cima de tudo”, o que pode aumentar significativamente o custo da operação.

 

Como calcular o ICMS corretamente em operações de importação

O cálculo do ICMS na importação não é tão direto quanto parece. Diferente de outras tributações, o valor do imposto entra dentro da própria base de cálculo — ou seja, é um valor que influencia a si mesmo. Isso exige atenção redobrada na apuração.

A fórmula padrão usada para encontrar o ICMS devido é: [(Valor Aduaneiro + II + IPI + PIS + COFINS) ÷ (1 – Alíquota do ICMS)] x Alíquota do ICMS. Pode parecer confuso, mas é essa estrutura que garante o chamado “cálculo por dentro”.

Erros nesse cálculo são comuns e podem levar a cobranças indevidas ou autuações futuras. Por isso, é essencial que a equipe fiscal esteja bem treinada ou que a empresa conte com suporte técnico especializado para lidar com o importação icms de forma segura.

 

Regimes especiais e benefícios fiscais estaduais

Alguns estados oferecem regimes especiais para empresas que importam regularmente, permitindo o diferimento ou até a redução do ICMS na importação. Esses incentivos são uma forma de atrair empresas importadoras e movimentar a economia regional — mas precisam ser usados com cautela.

É possível, por exemplo, realizar a importação por meio de centros logísticos ou tradings com benefício fiscal. Porém, o uso indevido ou a falta de comprovação da operação real pode gerar multas pesadas e até responsabilização por fraude fiscal.

Ao lidar com icms na importação com regimes especiais, o ideal é contar com apoio jurídico e tributário para estruturar bem o processo, garantir o cumprimento das obrigações acessórias e manter toda a documentação comprobatória organizada.

 

Importação por conta e ordem ou por encomenda: atenção redobrada

Quando a importação é feita por meio de terceiros — ou seja, com a atuação de uma trading ou de uma importadora em nome de outra empresa — as regras do ICMS se tornam ainda mais complexas. Nessas modalidades, há risco de dupla tributação ou de questionamento sobre o responsável pelo recolhimento.

Nos casos de importação por conta e ordem, por exemplo, a empresa contratante é quem assume a titularidade da operação. Já na importação por encomenda, a trading adquire o produto e só depois o vende ao encomendante. Isso interfere diretamente na incidência e no momento da cobrança do ICMS.

Entender essas diferenças é fundamental para evitar surpresas desagradáveis. Inclusive, estados como São Paulo e Paraná têm regras específicas e rigorosas para esse tipo de operação — e descumpri-las pode resultar em autuações milionárias.

 

Créditos de ICMS e compensações possíveis

Mesmo sendo um custo alto, o ICMS pago na importação pode, em alguns casos, ser recuperado como crédito. Empresas do regime de apuração não cumulativa (Lucro Real ou Presumido) podem aproveitar esse valor na apuração mensal do ICMS a recolher, abatendo do que seria devido nas operações internas.

No entanto, é preciso garantir que a mercadoria importada será revendida ou utilizada na produção de bens que também geram débito de ICMS. Do contrário, o crédito pode ser glosado (anulado) pela fiscalização. Além disso, é necessário manter o controle preciso das entradas e escrituração correta nos livros fiscais.

Uma gestão fiscal bem feita permite o aproveitamento integral desses créditos, evitando desperdícios e melhorando o fluxo de caixa. É mais um motivo para estruturar bem o processo de importação desde o início.

 

Como evitar problemas com o fisco na importação

Evitar problemas com o ICMS na importação começa com o planejamento tributário. Conhecer as regras do estado onde a empresa está sediada, entender as modalidades de importação, manter os documentos fiscais em ordem e calcular corretamente os tributos são etapas essenciais.

Também é fundamental acompanhar de perto mudanças na legislação, especialmente decisões do STF e alterações nos convênios do Confaz — que regulam muitos aspectos do ICMS nas operações interestaduais e de comércio exterior.

Por fim, contar com consultoria especializada pode fazer toda a diferença. A equipe técnica ajuda a identificar riscos, simular cenários, evitar autuações e até recuperar valores pagos indevidamente. Em um cenário onde cada detalhe importa, informação e estratégia são seus maiores aliados.

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