Tatuagem em menores: o que diz a legislação brasileira?

Por Parceria Jurídica

24 de junho de 2025

Você já deve ter visto algum adolescente com uma tatuagem — e se perguntou: isso é permitido por lei? A resposta, como quase tudo que envolve legislação, é “depende”. O Brasil tem regras bem específicas quando o assunto é tatuagem em menores de idade. E elas não estão só no bom senso: envolvem responsabilidade legal, consentimento dos pais e, em alguns casos, até penalidades criminais.

Embora a tatuagem seja uma forma de expressão cultural e estética cada vez mais comum (e socialmente aceita), isso não significa que um jovem de 15 ou 16 anos possa sair por aí escolhendo um estúdio e marcando a pele por conta própria. Existe uma linha tênue entre a vontade individual e a proteção legal da infância e juventude — e ignorar isso pode trazer sérias consequências.

Inclusive, artistas renomados, como o Elder Henrique tatuador, reforçam em seus atendimentos que o respeito à legislação não é opcional. Isso não só evita problemas legais, como também reforça o compromisso ético da profissão. Para os estúdios sérios, a regra é clara: menor de idade, só com autorização formal e com os pais presentes.

Mas será que só a autorização dos pais já resolve? E como essa autorização deve ser feita? É sobre isso que vamos conversar a seguir — e você vai perceber que o buraco é mais embaixo do que parece.

 

O que diz o Estatuto da Criança e do Adolescente

A principal base legal para entender a questão da tatuagem em menores está no ECA — o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo o artigo 17, o menor tem direito à integridade física, psíquica e moral. E qualquer procedimento que possa afetar permanentemente o corpo do jovem (como é o caso da tatuagem) exige atenção redobrada.

A jurisprudência brasileira interpreta que procedimentos como tatuagens, piercings e modificações corporais só podem ser realizados em menores de 18 anos com autorização expressa dos responsáveis legais. Em alguns estados, inclusive, essa autorização precisa ser reconhecida em cartório e acompanhada da presença física do responsável no momento da aplicação.

O tatuador Elder Henrique, por exemplo, sempre reforça em entrevistas que só realiza atendimentos com documentação legal em mãos — especialmente em casos que envolvem menores. E isso não é só por precaução, mas por consciência profissional mesmo.

 

Autorização dos pais: precisa mesmo?

Sim. Sem autorização formal, o tatuador pode ser processado por lesão corporal, exposição de menor a risco ou até maus-tratos, dependendo da interpretação do juiz. A lei não brinca com isso. E, convenhamos, nenhum desenho vale uma dor de cabeça judicial.

Essa autorização, para ser válida, deve ser escrita, assinada e, de preferência, reconhecida em cartório. Mas o mais importante: o responsável legal precisa estar presente na hora do procedimento. Só a autorização não basta. A presença física serve como uma camada extra de proteção para todas as partes envolvidas.

Em lugares com regras mais rígidas, como onde se encontra um estúdio que faz tatuagem em Orlando, essas práticas já são padrão. Por aqui, ainda há quem tente burlar, mas os bons profissionais sabem o risco — e preferem dizer não do que comprometer a reputação e a segurança do cliente.

 

Penalidades para quem descumpre

Se um tatuador realiza um procedimento em menor de idade sem seguir as regras, ele pode responder civil e criminalmente. Isso inclui multa, interdição do estabelecimento e até prisão, dependendo do contexto e das consequências do ato.

Além disso, o próprio menor pode sofrer consequências físicas e emocionais, o que agrava ainda mais a situação do profissional que executou a tatuagem. Por isso, a cautela não é exagero — é proteção legal e ética. A integridade do jovem deve sempre estar em primeiro lugar.

O tatuador brasileiro em Orlando, por exemplo, já mencionou em entrevistas que muitos clientes adolescentes procuram seus serviços, mas ele recusa — educadamente — e orienta a esperar a maioridade. É uma postura profissional que serve de exemplo.

 

Boas práticas em estúdios sérios

Em estúdios profissionais, a documentação do cliente é conferida antes mesmo da primeira conversa sobre o desenho. O agendamento costuma ser feito com cadastro, ficha médica e, no caso de menores, envio prévio da autorização legal. Não há improviso — e isso aumenta a confiança do cliente no trabalho do artista.

Outro ponto importante: estúdios sérios também se preocupam com o impacto emocional da tatuagem. Antes de fazer qualquer arte definitiva, o profissional conversa com o cliente sobre o significado do desenho, a fase da vida, a durabilidade da escolha. Para um jovem, essas conversas são ainda mais essenciais.

Não é à toa que um estúdio de tatuagem em Orlando tenha tanto reconhecimento: porque trata a arte com responsabilidade. E esse cuidado com menores é uma parte essencial dessa ética.

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