Sociedade de Advogados: o que é, como funciona e tipos

Por Parceria Jurídica

7 de março de 2024

A sociedade de advogados representa um modelo de organização jurídica que permite aos advogados compartilharem recursos, conhecimentos e custos, mantendo a autonomia profissional. Este modelo facilita a prestação de serviços jurídicos de forma mais eficiente e especializada, atendendo às diversas necessidades dos clientes. Ao compartilhar infraestrutura e expertise, os profissionais podem oferecer uma gama mais ampla de serviços jurídicos, garantindo ao mesmo tempo um atendimento jurídico mais personalizado e atento aos detalhes.

A constituição e o funcionamento das sociedades de advogados são regidos por normas específicas que visam não apenas a regulamentação da profissão, mas também a garantia da qualidade dos serviços prestados ao público. Estas normas enfatizam a importância da ética profissional, da confidencialidade e da responsabilidade individual e coletiva dentro da sociedade. Além disso, a estrutura permite uma melhor gestão dos recursos e uma maior capacidade de inovação e adaptação às mudanças do mercado jurídico e das necessidades dos clientes.

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O que é uma Sociedade de Advogados

Uma sociedade de advogados é uma entidade jurídica formada por dois ou mais advogados com o objetivo de exercer a advocacia de forma coletiva. Esta estrutura permite a partilha de conhecimento, experiências e recursos, otimizando a prestação de serviços jurídicos. A formação de uma sociedade de advogados segue regulamentações específicas, que visam assegurar a integridade e a ética profissional no exercício da advocacia.

As sociedades de advogados diferenciam-se de outras formas de associação profissional por seu caráter estritamente jurídico e sua conformidade com os padrões éticos e legais estabelecidos pelos órgãos reguladores da profissão. Estas entidades podem variar em tamanho e especialização, abrangendo desde pequenos grupos focados em áreas específicas do direito até grandes firmas que oferecem uma ampla gama de serviços jurídicos. A escolha por este modelo de organização reflete a busca por eficiência, especialização e um melhor atendimento ao cliente.

A criação de uma sociedade de advogados exige não apenas o cumprimento de requisitos legais, mas também a adoção de uma série de práticas administrativas e gerenciais voltadas para a excelência na prestação de serviços jurídicos. A colaboração entre os advogados possibilita a troca de experiências e o desenvolvimento contínuo de competências, contribuindo significativamente para a qualidade e a eficácia do atendimento ao cliente.

 

Como funciona

O funcionamento de uma sociedade de advogados baseia-se na colaboração entre seus membros para oferecer serviços jurídicos de alta qualidade. Essa colaboração envolve não apenas o compartilhamento de conhecimentos e experiências, mas também a divisão de responsabilidades administrativas, financeiras e operacionais. Cada sócio traz sua expertise para a sociedade, permitindo a oferta de serviços especializados e a abordagem de casos complexos com maior eficácia.

A gestão de uma sociedade de advogados requer a implementação de estratégias organizacionais claras, incluindo práticas de gestão de recursos humanos, análises financeiras e tecnológicas. A adoção de sistemas de gerenciamento de casos, softwares jurídicos e outras tecnologias facilita a organização do trabalho e a comunicação entre os membros da sociedade, bem como com os clientes. Estas ferramentas contribuem para a otimização dos processos, garantindo agilidade e precisão no atendimento às demandas dos clientes.

Além da gestão interna, a sociedade de advogados deve manter um compromisso constante com a ética profissional e a qualidade dos serviços prestados. Este compromisso reflete-se na forma como a sociedade se posiciona no mercado, na relação com os clientes e na contribuição para o desenvolvimento do direito. A manutenção de altos padrões éticos e profissionais assegura a confiança dos clientes e a reputação da sociedade no âmbito jurídico, fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade da prática legal coletiva.

 

Tipos

As sociedades de advogados no Brasil podem se estruturar sob diferentes formatos jurídicos, oferecendo flexibilidade na organização e na gestão do negócio. Uma das formas mais comuns é a sociedade simples, que se caracteriza pela união de esforços e recursos de advogados para a prestação de serviços jurídicos. Esse tipo de sociedade privilegia a atuação coletiva e a partilha de responsabilidades, sendo regida principalmente pelo Código Civil e pelas normas estabelecidas pela OAB.

Existe também a sociedade unipessoal de advocacia, criada para permitir que o advogado atue de maneira individual, mas sob o amparo jurídico de uma sociedade. Essa modalidade oferece ao profissional autonomia na gestão de sua carreira, ao mesmo tempo em que possibilita a utilização de vantagens fiscais e empresariais reservadas às sociedades. A criação dessa figura jurídica representou um avanço significativo, reconhecendo a necessidade de flexibilização nas formas de exercício da profissão.

Além disso, advogados podem se organizar em sociedades de responsabilidade limitada, seguindo o modelo das empresas comerciais, mas respeitando as especificidades da profissão jurídica. Nesse formato, a responsabilidade de cada sócio é limitada ao valor de sua quota, mas a responsabilidade técnica e ética perante os serviços prestados permanece integral. Esse tipo de sociedade busca equilibrar a proteção patrimonial dos sócios com a garantia de prestação de serviços jurídicos qualificados e responsáveis.

 

Quem pode ser sócio?

A formação de uma sociedade de advogados exige a observância de critérios específicos definidos pela legislação e pelas normas éticas da profissão. Apenas advogados devidamente inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) têm a capacidade de integrar como sócios em tais sociedades. Esse requisito visa assegurar a competência e a responsabilidade legal na prestação de serviços jurídicos. Além disso, a adesão à OAB garante a observância de princípios éticos fundamentais para o exercício da advocacia.

Outro aspecto relevante diz respeito à proibição de inclusão de sócios que não sejam advogados, restringindo assim a participação a profissionais habilitados e registrados. Essa restrição busca preservar a qualidade e a integridade dos serviços jurídicos oferecidos, além de assegurar a conformidade com as normas que regulamentam a profissão. A inclusão de não advogados na sociedade poderia comprometer o rigor técnico e ético exigido pela atividade.

Entretanto, é possível a existência de sócios estrangeiros em uma sociedade de advogados brasileira, desde que estes estejam devidamente registrados e autorizados a exercer a advocacia no Brasil. Essa possibilidade amplia a capacidade da sociedade de advogados em oferecer serviços jurídicos com perspectivas internacionais e expertise em legislações estrangeiras. No entanto, a autorização para o exercício da advocacia por profissionais estrangeiros segue critérios rigorosos estabelecidos pela OAB, garantindo assim a manutenção dos padrões de qualidade e ética profissional.

 

recrutamento de uma sociedade de advogados

 

Que tipo de empresa é uma sociedade de advogados?

Uma sociedade de advogados é uma forma específica de empresa destinada ao exercício da advocacia. Ela se caracteriza pela associação de dois ou mais advogados com o intuito de prestar serviços jurídicos de maneira coletiva e organizada. Essa modalidade permite aos profissionais compartilhar infraestrutura, recursos e expertise, otimizando a oferta de serviços jurídicos ao público.

Diferente de outras empresas, a sociedade de advogados deve atender a regulamentações específicas definidas pelos órgãos de classe, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que estabelece regras claras sobre sua constituição, funcionamento e responsabilidades. Tal estrutura promove não apenas a eficiência na prestação de serviços, mas também a aderência a padrões éticos e legais rigorosos.

Este tipo de organização profissional pode adotar diferentes formas jurídicas, como sociedade simples, sociedade limitada, entre outras, cada uma com suas especificidades legais e tributárias. A escolha da forma jurídica depende de diversos fatores, incluindo as preferências dos sócios e os objetivos estratégicos da sociedade.

 

É obrigatório registrar sociedade de advogados?

O registro de uma sociedade de advogados junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é um requisito legal indispensável para o seu funcionamento. Este processo de registro assegura que a sociedade atende a todos os requisitos e normativas estabelecidos pela OAB, garantindo assim a legalidade e a legitimidade de suas operações.

O registro proporciona à sociedade de advogados uma identidade jurídica própria, permitindo-lhe atuar oficialmente no mercado jurídico. Além disso, facilita a fiscalização e o controle por parte dos órgãos competentes, assegurando que a prática da advocacia se dê dentro dos mais altos padrões de qualidade e ética profissional.

Ademais, a formalização da sociedade por meio do registro confere a ela direitos e obrigações específicos, incluindo questões relacionadas à tributação, responsabilidade civil e representação legal. A ausência de registro pode resultar em penalidades severas, tanto para a sociedade quanto para os advogados envolvidos, reforçando a importância deste procedimento para a regularidade e a segurança das atividades jurídicas prestadas.

 

O que é necessário para abrir uma sociedade de advogados?

Abrir uma sociedade de advogados requer planejamento e atenção a detalhes específicos para garantir conformidade legal e operacional eficiente. Primeiramente, os interessados devem elaborar um contrato social, documento que estabelece as regras de funcionamento da sociedade, direitos e deveres dos sócios, e a divisão de lucros e perdas. Esse contrato precisa ser registrado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da respectiva seção estadual, seguindo as normativas do Estatuto da Advocacia.

Além do contrato social, é essencial definir a estrutura jurídica da sociedade, podendo optar por uma sociedade simples ou uma sociedade unipessoal de advocacia, dependendo do número de advogados envolvidos. Para o registro, a sociedade deve apresentar todos os documentos exigidos pela OAB, incluindo identificação pessoal dos sócios, comprovante de endereço da sede da sociedade, e o pagamento da taxa de registro. A escolha do nome da sociedade também segue regras específicas, devendo incluir o nome de pelo menos um dos sócios e não podendo ser confundido com outras já existentes.

Após o registro na OAB, a sociedade de advogados deve cumprir com as obrigações fiscais e tributárias, como a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) junto à Receita Federal. Este passo é crucial para a emissão de notas fiscais e para a regularização da sociedade perante outros órgãos governamentais. A conformidade com as normas éticas e disciplinares da profissão é igualmente importante, assegurando a integridade e a confiança no exercício da advocacia.

 

Quanto custa a anuidade de uma Sociedade de Advocacia?

A anuidade de uma Sociedade de Advocacia varia conforme a seccional da OAB em que a sociedade está registrada, pois cada seccional tem autonomia para estabelecer seus próprios valores. De maneira geral, o valor da anuidade é calculado com base no número de advogados sócios da sociedade, podendo haver descontos ou acréscimos conforme políticas específicas de cada OAB estadual. É importante consultar diretamente a seccional onde a sociedade será registrada para obter informações precisas sobre os custos atuais.

Para sociedades recém-constituídas, algumas seccionais da OAB oferecem condições especiais, como descontos progressivos nas anuidades nos primeiros anos de registro. Essa medida visa incentivar a formalização de novas sociedades de advocacia e facilitar o início de suas atividades. Além da anuidade, podem existir outras taxas administrativas relacionadas ao exercício da advocacia, como taxas por serviços específicos prestados pela OAB e contribuições para o Fundo de Integração e Desenvolvimento Assistencial dos Advogados (FIDA).

O pagamento da anuidade é obrigatório e essencial para manter a sociedade de advogados em regularidade com a OAB, permitindo que exerça suas atividades legalmente. O não pagamento pode resultar em sanções administrativas, incluindo a suspensão dos direitos de atuação da sociedade até a regularização dos débitos. Por isso, é fundamental que as sociedades de advocacia planejem seus orçamentos considerando esses custos operacionais, garantindo sua sustentabilidade financeira e conformidade legal.

 

discussão e estudo em uma sociedade de advogados

 

Conclusão

A constituição e o funcionamento das sociedades de advogados no Brasil seguem normas rigorosas estabelecidas tanto pelo ordenamento jurídico quanto pela Ordem dos Advogados do Brasil. Esses parâmetros visam assegurar a prestação de serviços jurídicos de alta qualidade, respeitando os princípios éticos e técnicos que regem a profissão. A necessidade de inscrição na OAB para todos os sócios enfatiza a importância da qualificação profissional e da responsabilidade legal na administração dessas sociedades. Esse mecanismo de controle garante a confiabilidade e a segurança jurídica para os clientes e para a sociedade em geral.

A diversidade de modelos societários disponíveis para a organização de uma sociedade de advogados reflete a busca por flexibilidade operacional e adaptabilidade às necessidades específicas de cada grupo de profissionais. Desde sociedades simples até sociedades unipessoais de advocacia e sociedades de responsabilidade limitada, cada formato oferece vantagens específicas, permitindo que os advogados escolham a estrutura que melhor atenda às suas exigências profissionais e pessoais. Esse leque de opções contribui para o dinamismo e a inovação no campo jurídico, possibilitando a prestação de serviços cada vez mais especializados e eficientes.

A evolução das sociedades de advogados reflete as mudanças na prática jurídica e nas demandas da sociedade. A regulamentação dessas entidades promove a transparência, a ética e a competência na prestação de serviços jurídicos. A capacidade de adaptação às novas realidades e desafios, mantendo o compromisso com os princípios fundamentais da advocacia, demonstra a vitalidade e a importância dessas organizações no contexto social e econômico atual. Portanto, as sociedades de advogados desempenham um papel crucial na administração da justiça e na garantia dos direitos fundamentais, contribuindo significativamente para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito.

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