Uma das dúvidas mais comuns em contratos de aluguel é: se der vazamento, quem paga a conta? Parece uma pergunta simples, mas a resposta pode variar bastante dependendo do tipo de vazamento, do contrato assinado e até de como o problema foi identificado. E, claro, tudo isso costuma aparecer nos piores momentos — como quando o teto do banheiro começa a pingar no meio da noite.
O que muita gente não sabe é que a responsabilidade sobre vazamentos está, sim, prevista em lei — e também pode ser definida no contrato entre locador e locatário. Mas, na prática, quando o cano estoura, a dúvida surge com força: será que o inquilino tem que pagar pelo reparo? Ou é obrigação do proprietário? E se o problema for no vizinho de cima, como fica?
Para evitar mal-entendidos (e possíveis dores de cabeça judiciais), o ideal é entender desde já o que diz a legislação, como agir diante de um vazamento e, principalmente, como documentar tudo. Até porque, dependendo da situação, o prejuízo pode ser grande — e ninguém quer arcar com um custo que não é seu, certo?
Então, se você mora de aluguel ou tem um imóvel alugado, fique por aqui. Nos próximos tópicos, vamos destrinchar esse tema que parece simples, mas envolve muitos detalhes. E claro, vamos mostrar também como serviços de caça vazamento podem ser decisivos para resolver essas situações com agilidade e sem estresse.
O que diz a lei do inquilinato sobre vazamentos
A Lei do Inquilinato (nº 8.245/91) é clara em um ponto: o proprietário é responsável por entregar o imóvel em condições de uso, e o inquilino deve zelar pela conservação. Isso significa que problemas estruturais ou decorrentes do tempo de uso são, geralmente, de responsabilidade do dono do imóvel. Já danos causados por mau uso ou falta de manutenção são do locatário.
No caso dos vazamentos, a primeira pergunta deve ser: o problema surgiu por desgaste natural, ou foi causado por algo feito (ou deixado de ser feito) pelo inquilino? Se for um cano velho, por exemplo, é dever do proprietário arcar com o conserto. Mas se o vazamento veio de uma torneira mal fechada ou de uma instalação improvisada feita pelo inquilino, a responsabilidade muda de lado.
Outro ponto importante é a comunicação. A lei também exige que o inquilino informe o proprietário sobre qualquer problema assim que ele for percebido. O atraso em relatar o vazamento pode agravar a situação e até inverter a responsabilidade pelo prejuízo, dependendo do caso.
Por isso, nada de deixar para depois. Vazamento detectado, proprietário avisado — sempre por escrito ou com provas. Isso já ajuda bastante a evitar desentendimentos no futuro.
Quando o problema vem de fora: vizinhos e áreas comuns
Agora, vamos imaginar um cenário ainda mais confuso: e se o vazamento vier do apartamento vizinho? Ou do teto, vindo da laje do prédio? Nessas situações, a coisa se complica — mas há caminhos claros para lidar com isso.
Quando o vazamento tem origem em outro imóvel, o responsável é o dono da unidade de onde o problema parte. Se você é inquilino e o vazamento vem de cima, o ideal é comunicar o proprietário e também o síndico do condomínio. Eles devem intermediar a resolução com o outro morador ou proprietário envolvido.
No caso de vazamentos em áreas comuns do prédio — como lajes, colunas ou caixas d’água do condomínio — a responsabilidade é do próprio condomínio. E aí, o síndico entra como figura central no processo. O inquilino pode e deve acionar o locador para que ele tome as providências legais e administrativas necessárias.
Ou seja, nesses casos, o inquilino não deve arcar com nenhum custo, desde que informe a situação corretamente e acompanhe o processo de reparo. Comunicação rápida e clara continua sendo o melhor remédio.
Vazamentos internos: o que é manutenção e o que é reparo
Nem todo vazamento significa um problema estrutural. Alguns são causados por falta de manutenção — e aí, geralmente, a responsabilidade é do inquilino. Goteiras em torneiras, descargas com vazamento ou sifões mal encaixados entram nessa categoria.
O raciocínio é simples: se o item já estava funcionando corretamente no início da locação e passou a apresentar falha com o tempo, sem relação com desgaste natural, presume-se que a falha se deu por uso contínuo — e não por vício oculto. Nesses casos, o reparo deve ser feito por quem usa, ou seja, o inquilino.
Já se o problema for um cano rompido dentro da parede ou infiltrações causadas por tubulação antiga, o cenário muda. Isso entra na conta do proprietário, por se tratar de infraestrutura do imóvel. É o famoso “problema escondido” que não aparece em uma vistoria simples.
E aqui entra a importância de um laudo técnico. Quando há dúvida sobre a origem do problema, vale a pena contratar um profissional para identificar com precisão o que está acontecendo — e quem deve arcar com a conta. Isso evita debates sem fim e garante uma solução justa.
A importância da vistoria no início do contrato
Um dos documentos mais importantes em qualquer contrato de aluguel é o laudo de vistoria inicial. Ele descreve, com detalhes, as condições do imóvel no momento da entrega. E sim, deve incluir o estado das instalações hidráulicas — mesmo que de forma básica.
Se não houver registro de que determinada torneira já estava com problema, por exemplo, o proprietário pode alegar que a falha foi causada pelo inquilino. Por outro lado, se a vistoria apontar desgaste na tubulação, o inquilino se isenta de qualquer responsabilidade por vazamentos que apareçam depois.
É por isso que, na hora de assinar o contrato, vale a pena exigir uma vistoria bem feita — com fotos, anotações e até vídeos, se possível. Quanto mais completo o registro, mais tranquilo será o processo caso algum problema surja ao longo da locação.
E o mesmo vale na hora da saída. Uma boa vistoria final garante que nenhuma pendência fique em aberto e que ambas as partes cumpram seus deveres sem surpresas desagradáveis.
Como agir diante de um vazamento durante a locação
Detectou um vazamento durante o aluguel? Calma. Antes de sair quebrando parede ou chamar o encanador por conta própria, é preciso seguir alguns passos importantes. O primeiro deles é avisar o proprietário ou a imobiliária responsável, sempre por escrito (e se possível, com fotos).
Em muitos casos, o locador prefere enviar um profissional de confiança para avaliar. Se você agir por conta própria sem aviso, pode acabar assumindo um custo que não era seu — especialmente se não houver comprovação da origem do problema.
Depois do aviso, se o vazamento for urgente e causar risco de dano estrutural, o ideal é documentar tudo e acionar um profissional para conter temporariamente o problema. Mas o reparo definitivo deve ser discutido com o responsável legal pelo imóvel.
Ter um bom diálogo com o proprietário e agir com transparência são atitudes que fazem toda a diferença. Evitam conflitos e facilitam a resolução do problema, sem transformar um cano furado em uma briga judicial.
Como prevenir conflitos entre inquilino e proprietário
Vazamentos podem acontecer em qualquer imóvel, mas o que define o nível de dor de cabeça que eles trazem é a forma como as partes envolvidas lidam com a situação. O segredo está na prevenção, no diálogo e no bom senso.
O primeiro passo é deixar tudo claro no contrato. Especifique responsabilidades, formas de comunicação e o que deve ser feito em caso de emergência. Quanto mais detalhado o documento, menor a margem para dúvidas ou discussões futuras.
Outro ponto essencial é a escolha de bons prestadores de serviço. Quando surge um problema, ter acesso rápido a profissionais qualificados — como encanadores ou técnicos especializados em detecção — evita atrasos e reduz o impacto do vazamento.
No fim das contas, o objetivo é um só: garantir que o imóvel esteja sempre em boas condições de uso, com segurança e conforto para todos. E, claro, com cada um arcando com a sua parte, como manda o bom senso e a lei.