Fechar uma parceria com influenciadores pode parecer o caminho perfeito para alcançar um novo público, gerar autoridade e vender mais. Mas, por trás das postagens bonitas e dos números de seguidores, existe uma parte que muita empresa só descobre depois do contrato assinado: o que pode dar errado. E, acredite, são muitos os pontos que podem virar dor de cabeça.
Isso não significa que o marketing de influência seja um problema. Muito pelo contrário — quando bem feito, é uma estratégia poderosa. Mas a chave está aí: precisa ser bem feito. Precisa de planejamento, alinhamento, cláusulas claras e, acima de tudo, uma boa dose de realidade. Não é porque alguém tem 100 mil seguidores que vai gerar resultado. E não é porque o influenciador parece simpático nos vídeos que ele vai ser profissional na entrega.
Por isso, antes de sair enviando produtos ou transferindo valores, é bom entender os riscos e preparar o terreno. Saber o que pode dar errado é justamente o que ajuda a evitar prejuízos — de dinheiro e de reputação. E olha… às vezes, o que parece detalhe vira um problemão depois.
Vamos olhar com atenção para os principais erros que podem acontecer em contratos com influenciadores. Porque, quando a parceria funciona, é incrível. Mas quando dá ruim — dá mesmo.
Expectativas desalinhadas desde o início
Um dos maiores erros em parcerias com influenciadores acontece logo no começo: falta de alinhamento. A empresa espera uma coisa, o criador de conteúdo entende outra… e quando a campanha vai ao ar, ninguém fica satisfeito. Isso acontece quando o briefing é vago, as metas não são claras ou, simplesmente, ninguém se deu ao trabalho de escrever tudo preto no branco.
Uma agência de marketing experiente já sabe disso. E por isso trabalha com roteiros, contratos detalhados, cronogramas de entrega e até modelos de postagem aprovados previamente. Parece burocrático? Pode até ser. Mas é o que garante que os dois lados saibam exatamente o que esperar.
Outro ponto é o tom de voz. Às vezes, o influenciador entrega algo que até parece legal — mas não tem nada a ver com a marca. E o público sente essa diferença. Resultado? Uma campanha que poderia ser um sucesso vira só mais um conteúdo solto no feed.
Falta de contrato formal e cláusulas básicas
Por incrível que pareça, ainda tem muita parceria sendo fechada “no papo”, por DM ou troca de e-mail informal. E aí, quando alguma coisa dá errado — como atraso, descumprimento de entrega ou até conflito de interesse — ninguém sabe o que fazer. Porque, sem contrato, não tem regra do jogo.
Uma agência de marketing digital sabe que contratos não são só proteção jurídica — são guias operacionais. Devem prever datas, formatos, entregas, valores, formas de pagamento, direitos de uso de imagem e, claro, penalidades em caso de não cumprimento.
Outro detalhe importante é a exclusividade. Você fecha com um influenciador pra divulgar seu produto… e uma semana depois ele aparece promovendo o concorrente. Acredite: isso acontece. E sem cláusula contratual, você não pode fazer nada além de se irritar (e aprender da forma difícil).
Expectativa de retorno sem métrica real
Muita empresa entra em parceria com influenciadores achando que “vai bombar” — mas nem sempre define o que isso significa. É venda? É cliques? É awareness? Sem KPI claro, qualquer resultado parece frustrante. E mais: nem sempre o retorno vem do jeito esperado.
Isso vale especialmente quando a estratégia está vinculada a tráfego pago. Às vezes, o influenciador entrega cliques, mas eles não convertem — porque o público dele é curioso, não comprador. Ou o criativo da campanha não encaixou. Ou a página de destino não funcionou bem. Culpar só o influenciador nem sempre é justo.
Por isso, o ideal é que a campanha tenha indicadores bem definidos e uma estrutura de rastreamento mínima: links com UTM, códigos personalizados, monitoramento de vendas por cupom. Isso ajuda a avaliar o que funcionou de fato — e o que precisa ser ajustado na próxima rodada.
Desalinhamento com a estratégia de conteúdo
Outro erro comum é tratar o influenciador como uma “ilha” fora do restante da estratégia. A campanha rola isolada, sem conexão com o calendário de social media, sem reforço nos canais da marca, sem integração com a narrativa geral. E aí, mesmo que o post seja bom, o impacto é pequeno.
O ideal é que a ação com o influenciador esteja alinhada com a estratégia de conteúdo da marca. Se o tema do mês é sustentabilidade, por que não escolher alguém que fale sobre isso? Se está rolando uma campanha institucional, por que não trazer o influenciador pra dentro dela como “voz convidada”?
Esse tipo de integração amplia o alcance, reforça a mensagem e aumenta o engajamento. O contrário disso é desperdício: a marca segue numa linha, o influenciador em outra, e o público fica sem entender o que está acontecendo.
Crises de imagem e cancelamentos
Em tempos de internet acelerada, um deslize pode virar polêmica em minutos. E sim, isso vale também (ou especialmente) para influenciadores. Já vimos de tudo: falas preconceituosas, comportamentos problemáticos, posicionamentos duvidosos… e quando isso acontece, quem está associado sofre junto.
É por isso que toda agência de marketing em São Bernardo que trabalha com influenciadores faz análise prévia de reputação. Isso inclui olhar histórico de postagens, ver quem são os seguidores, como o influenciador se posiciona e se ele tem “ficha limpa”. Não elimina o risco, mas ajuda a escolher com mais critério.
Além disso, o contrato pode (e deve) prever cláusulas sobre quebra de imagem. Caso o influenciador se envolva em crise pública, a empresa precisa ter o direito de suspender a parceria ou não veicular conteúdos que já estavam prontos. E isso precisa estar documentado.
Falta de follow-up e pós-campanha
Por fim, um erro recorrente: acabou a campanha, e pronto. Ninguém avalia, ninguém coleta dados, ninguém fala com o influenciador. E aí, todo aprendizado daquela ação se perde. Sem análise, não tem como melhorar a próxima. E o ciclo de erros continua.
O ideal é que, ao fim de cada campanha, haja um momento de fechamento: levantar métricas, conversar com o influenciador, entender o que funcionou e o que não funcionou. Isso gera aprendizado e fortalece o relacionamento — o que, aliás, pode render parcerias mais longas e mais estratégicas no futuro.
Parceria com influenciadores é muito mais do que um post no feed. É relacionamento, estratégia e construção de marca. Quando tudo está bem amarrado, dá certo. Mas quando é feito no improviso, o risco de frustração é bem maior. E ninguém quer isso, né?