Codar pode ser um diferencial jurídico?

Por Parceria Jurídica

14 de junho de 2025

Pode parecer improvável à primeira vista, mas a pergunta é legítima: será que programar pode ser útil para um profissional do Direito? A resposta, cada vez mais, é sim — e não só útil, como um diferencial competitivo real. O mundo jurídico está sendo atravessado por transformações digitais profundas, e quem entende um pouco de código tem saído na frente.

Imagine um advogado ou advogada que não apenas entende a LGPD no papel, mas também compreende como os dados são coletados, armazenados e processados tecnicamente. Ou alguém que revisa contratos de tecnologia sabendo o que realmente está por trás de termos como “API”, “hash”, “criptografia de ponta a ponta”. Esse tipo de perfil está ganhando destaque nas bancas mais modernas e nas áreas jurídicas de empresas tech.

Não se trata de virar desenvolvedor full time — longe disso. Mas entender o raciocínio lógico da programação, como os sistemas funcionam e quais são os riscos técnicos envolvidos é uma vantagem concreta. Isso evita ruídos com equipes técnicas, agiliza negociações e qualifica análises jurídicas com argumentos mais robustos.

Se você atua ou pretende atuar em áreas como proteção de dados, contratos digitais, propriedade intelectual, compliance, ou até regulação de inteligência artificial, talvez seja a hora de incluir “aprender a programar” na sua estratégia profissional. Vamos aos motivos?

 

Entendendo o funcionamento dos sistemas jurídicos digitais

Um dos maiores desafios na área jurídica hoje é interpretar corretamente o impacto das tecnologias nos direitos e deveres das partes envolvidas. Saber como um sistema realmente opera — por trás das interfaces amigáveis — pode evitar erros graves em pareceres, cláusulas contratuais e até em julgamentos.

Com um curso de programação full stack com certificado, por exemplo, o profissional do Direito pode entender como funcionam os bancos de dados, onde os dados pessoais estão realmente sendo guardados, e quais tecnologias estão envolvidas no backend de uma plataforma. Isso permite uma análise mais precisa e segura em projetos de compliance e LGPD.

Além disso, esse conhecimento fortalece a atuação interdisciplinar. O jurista que domina minimamente os termos técnicos se comunica melhor com desenvolvedores, gestores de TI e engenheiros de software — transformando a linguagem jurídica em ações concretas e vice-versa.

 

Aplicando programação em automação de tarefas jurídicas

Outra aplicação direta: automação de processos jurídicos. Sim, já existem plataformas que prometem fazer isso, mas entender o básico da lógica por trás desses sistemas permite que o próprio profissional customize soluções, desenvolva scripts ou até valide tecnicamente ferramentas contratadas.

E não precisa começar do difícil. Com um curso de JavaScript iniciante, por exemplo, já dá para automatizar planilhas, gerar relatórios simples ou criar interfaces básicas para consulta de dados. Essas ferramentas ajudam não só em produtividade, mas em organização e análise de informações processuais.

Além disso, a automação permite que escritórios pequenos ganhem eficiência sem precisar investir rios de dinheiro em sistemas prontos. A independência técnica começa com pequenas habilidades, e essas podem gerar impactos diretos na rotina e no faturamento do negócio.

 

Iniciando uma nova trilha com segurança e apoio

Muita gente do Direito sente um certo bloqueio ao começar na programação. “Não sou de exatas”, dizem. Mas a verdade é que esse medo vai embora rápido quando se estuda em um ambiente estruturado, que respeita o ritmo de aprendizado e traduz a técnica em exemplos práticos e acessíveis.

Escolher uma escola de programação online com trilhas pensadas para iniciantes é um ótimo ponto de partida. Você não precisa entender tudo de uma vez — mas precisa seguir uma lógica progressiva, com suporte e exercícios que façam sentido para a sua realidade.

Esse tipo de ambiente ajuda a reduzir a ansiedade do começo e mostra, aos poucos, como o raciocínio lógico está mais próximo da interpretação jurídica do que parece. Afinal, tanto no código quanto no Direito, tudo gira em torno de regras, exceções e estrutura.

 

Dominando as ferramentas usadas pelos desenvolvedores

Entender o básico da programação é um bom começo, mas para quem quer conversar de igual para igual com equipes técnicas — especialmente em empresas tech — é essencial conhecer as ferramentas práticas do dia a dia. E uma das principais é o editor de código.

O Visual Studio Code é quase onipresente entre programadores, e conhecer sua interface pode abrir portas até para revisões técnicas em projetos digitais. Um curso de VSCode grátis já te coloca nesse universo com segurança, mostrando como navegar, escrever, editar e visualizar scripts e códigos sem depender de terceiros.

Isso é útil, por exemplo, para revisar contratos envolvendo software, sistemas embarcados ou proteção de propriedade intelectual em desenvolvimento de soluções. Ter familiaridade com o ambiente onde o código nasce é um diferencial que poucos juristas têm — e o mercado já percebeu.

 

Raciocínio lógico como ferramenta de argumentação

O estudo da lógica de programação desenvolve um tipo de pensamento que casa perfeitamente com a prática jurídica: a construção de argumentos consistentes, a análise de exceções e a formulação de condições. É quase um exercício de retórica estruturada.

Com um curso intensivo de lógica de programação, o profissional aprende a pensar em condições (“se isso, então aquilo”), em fluxos alternativos e em como validar ou refutar hipóteses com clareza. Essa forma de pensar melhora petições, pareceres e até a capacidade de negociação em contratos complexos.

Mais do que isso: a lógica treinada por meio da programação contribui para evitar falácias, organizar ideias de forma clara e antecipar objeções. E isso vale ouro num ambiente em que cada vírgula pode fazer diferença no resultado de um processo.

 

LGPD, contratos e a intersecção com a tecnologia

Por fim, a área jurídica que mais se beneficia de conhecimentos em programação hoje é, sem dúvida, a de proteção de dados. Entender como os dados são captados, processados e compartilhados é essencial para aplicar a LGPD de forma eficaz — e segura juridicamente.

Além disso, nos contratos de tecnologia, o profissional do Direito que compreende os termos técnicos consegue negociar cláusulas mais justas, propor garantias funcionais e até identificar riscos que passariam despercebidos por quem só tem a visão jurídica clássica.

Nesse novo cenário, o profissional híbrido — que entende de leis e também de tecnologia — deixa de ser tendência para se tornar necessidade. E quanto antes começar, mais cedo esse diferencial se consolida na prática.

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