O que a lei diz sobre herança de joias valiosas?

Por Parceria Jurídica

9 de outubro de 2024

A herança de joias valiosas é uma questão que desperta dúvidas e, muitas vezes, causa conflitos familiares. Itens como anéis, colares, brincos e pulseiras, além de carregarem um valor emocional, podem representar um significativo patrimônio material. No entanto, a legislação que trata da sucessão de bens valiosos como joias é clara e segue princípios estabelecidos no direito sucessório, que regula a divisão de bens após o falecimento de uma pessoa.

As joias, sendo bens móveis, estão incluídas no processo de inventário e partilha, assim como outros ativos materiais e financeiros. Elas são consideradas patrimônio a ser dividido entre os herdeiros de acordo com a vontade expressa em testamento, quando houver, ou conforme a legislação em vigor. A falta de clareza sobre esses direitos pode gerar disputas, especialmente quando as peças têm um valor significativo ou são de grande importância sentimental para diferentes membros da família.

Neste artigo, vamos explorar o que a legislação diz sobre a herança de joias valiosas e como evitar possíveis conflitos na hora de dividir esses bens.

 

Joias e o processo de inventário

Quando uma pessoa falece, o inventário é o procedimento legal para listar e avaliar todos os bens que fazem parte do patrimônio deixado. As joias, por serem bens móveis, entram nesse processo e devem ser inventariadas, ou seja, registradas com seu valor estimado. Em muitos casos, essas joias precisam ser avaliadas por um perito para determinar seu valor de mercado no momento da sucessão. Essa avaliação pode incluir tanto o valor dos metais preciosos quanto o das pedras preciosas que compõem a peça.

A divisão das joias entre os herdeiros segue as mesmas regras de qualquer outro bem. Caso haja um testamento, as joias serão distribuídas conforme o desejo do falecido. Quando não há testamento, aplica-se a lei da sucessão, que estabelece a partilha entre os herdeiros legítimos, como filhos, cônjuge e, eventualmente, pais. Independentemente de ser um item de valor financeiro ou sentimental, o correto inventário das joias é essencial para garantir uma divisão justa. Lojas especializadas, como a Jaqueline Chagas, loja online de joias, podem auxiliar com a documentação e a avaliação dessas peças.

 

Disputas sobre joias de família: como evitá-las

Disputas sobre joias de família são comuns, especialmente quando se trata de peças que têm grande valor sentimental ou foram passadas de geração em geração. Muitas vezes, uma peça específica é associada a memórias de família, o que pode aumentar a tensão entre os herdeiros. A melhor forma de evitar esses conflitos é através de um planejamento sucessório claro, no qual o proprietário das joias define antecipadamente como essas peças serão distribuídas.

Além disso, incluir as joias em um testamento ou em um plano de partilha previamente estabelecido pode ser uma solução para prevenir brigas familiares. Assim, a vontade da pessoa falecida fica expressa e documentada, e as peças podem ser destinadas a um herdeiro específico ou divididas de acordo com critérios predefinidos. No caso de joias mais raras, como alguns tipos de colares, que podem ter um valor especial, é importante registrar o desejo de como elas serão herdadas para evitar divergências no momento da partilha.

 

A inclusão de joias no testamento

Uma das maneiras mais eficazes de garantir que as joias valiosas sejam divididas de maneira justa é incluí-las em um testamento. O testamento permite que o dono das joias determine exatamente para quem cada peça será destinada, reduzindo a possibilidade de conflitos entre os herdeiros. Nesse documento, é possível especificar detalhes como o valor estimado de cada peça, a história por trás de cada joia e o motivo da escolha de determinado herdeiro para recebê-la.

Ao redigir um testamento, é importante ser o mais específico possível quanto às joias, especialmente em relação àquelas que têm grande valor, como os anéis com pedras preciosas. Dessa forma, além de garantir que o desejo do falecido seja cumprido, o testamento também facilita o processo de inventário, uma vez que as joias já estarão descritas e destinadas de forma clara.

 

a pair of diamond shaped rings

 

Joias valiosas e a tributação na herança

Assim como qualquer outro bem deixado em herança, as joias valiosas estão sujeitas à tributação. No Brasil, o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) é o imposto que incide sobre a herança. O valor desse imposto varia de acordo com o estado, mas ele é calculado com base no valor de mercado dos bens, incluindo as joias. Por isso, é importante que as joias sejam avaliadas de forma adequada para que o valor do imposto seja devidamente apurado.

Peças de luxo, como brincos de marcas renomadas ou com pedras preciosas raras, podem aumentar o valor total do patrimônio a ser dividido e, consequentemente, o valor dos impostos a serem pagos. Por isso, ao planejar a herança, é essencial considerar o impacto que a tributação pode ter sobre os herdeiros e avaliar a melhor forma de dividir as joias, levando em conta não apenas o valor sentimental, mas também o custo financeiro dessa partilha.

 

Joias de casamento e a sucessão familiar

Joias de casamento, como alianças e anéis de noivado, possuem um valor simbólico e emocional significativo, e muitas vezes são passadas de geração em geração. No entanto, essas peças também entram no processo de inventário e partilha quando o proprietário falece. Embora sejam vistas como itens de uso pessoal, elas têm valor financeiro e, por isso, devem ser incluídas na herança.

Quando não há um testamento especificando o destino das joias de casamento, a divisão segue as regras normais da sucessão. É importante que os herdeiros estejam cientes do valor dessas peças, tanto do ponto de vista emocional quanto financeiro, para que a divisão seja justa e respeite a memória do falecido. As joias de casamento costumam carregar histórias de família, e garantir que essas peças sejam destinadas a quem possa valorizar essa herança emocional é uma forma de preservar o legado familiar.

 

Considerações finais

A herança de joias valiosas envolve não apenas questões financeiras, mas também um profundo valor emocional. Para evitar conflitos familiares, é fundamental que essas joias sejam corretamente inventariadas e, sempre que possível, incluídas em um testamento. A clareza sobre a destinação dessas peças pode garantir que o desejo do falecido seja respeitado, além de evitar disputas entre os herdeiros.

As joias de família, além de seu valor material, muitas vezes carregam histórias e memórias que tornam o processo de partilha mais delicado. Por isso, um planejamento sucessório detalhado é a melhor forma de garantir uma transição tranquila e justa.

Seja para assegurar a correta divisão ou para planejar a herança de forma eficiente, considerar o valor simbólico e material das joias é uma parte essencial do processo de sucessão familiar.

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